O HPV está diretamente ligado ao câncer de colo do útero, a segunda maior causa de morte de mulheres por tumor no mundo, atrás apenas do de mama.
E os homens também são atingidos: até 40% dos casos de câncer de pênis são causados por esse vírus, cujo contato alcança 80% da população sexualmente ativa.
O vírus do papiloma humano (HPV) está diretamente ligado ao câncer de colo do útero, a segunda maior causa de morte de mulheres por tumor no mundo, atrás apenas do de mama. Os principais sintomas da doença são sangramentos e dor nas relações sexuais.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), sem considerar o câncer de pele não-melanoma, o de colo do útero é o mais incidente na Região Norte (24 por 100 mil mulheres). No Centro-Oeste (28 por 100 mil) e no Nordeste (18 por 100 mil), ocupa a segunda posição. No Sudeste (15 por 100 mil), o terceiro lugar, e no Sul (14 por 100 mil), o quarto. Enquanto o Amazonas tinha, em 2008, uma taxa de mortalidade de 16,7 casos por 100 mil mulheres, São Paulo registrava 3,13.
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve fazer o exame preventivo ginecológico, especialmente na faixa etária entre 25 e 64 anos, segundo recomendação do Inca. O papanicolau não dói, principalmente quando a mulher está relaxada. Isso porque o colo do útero não tem enervação.
Além do papanicolau – que deve ser feito anualmente ou a cada dois anos, se der dois exames negativos seguidos –, há outros métodos para confirmar a presença do HPV, como a colposcopia e a captura híbrida (ainda não feita pelo Sistema Único de Saúde).
Após o exame, a paciente deve retornar ao local (laboratório, ambulatório, posto ou centro de saúde) na data marcada para saber o resultado e receber as instruções. Tão importante quanto fazer o teste é buscá-lo e apresentá-lo ao médico.
Em alguns casos, o HPV pode causar verrugas na parte genital, tanto nos homens quanto nas mulheres. Outros sintomas nos homens são manchas ou coloração diferente na glande, mas o vírus também pode não apresentar nenhum sinal. O homem deve investigar a suspeita de contaminação com um urologista, e o exame é chamado de peniscopia.
Na mulher, há três formas de manifestação do HPV: clínica, que são as verrugas; subclínica, que são as lesões no colo do útero pré-cancerígenas e que só o papanicolau detecta; e a forma latente, quando o vírus fica escondido, sem provocar sintomas.
A maioria das infecções é transitória e combatida espontaneamente pelo sistema imunológico, principalmente entre as mulheres mais jovens (abaixo dos 30 anos). Em 80% dos casos, o organismo destrói o vírus em cinco anos.
Em outros pacientes, o HPV não é combatido e, quando reaparece, pode alterar as células da pele, que começam a nascer deformadas. Mas isso não é percebido imediatamente, porque fica numa camada profunda. À medida que a pele superficial é substituída, as camadas de baixo chegam à tona e a lesão se torna aparente.
O HPV também pode desencadear lesões na boca, garganta e no ânus. E uma doença mais séria, como o câncer, pode levar até 15 anos para se desenvolver após a instalação do vírus. Por isso, o exame precoce é fundamental.
Entre os 200 tipos de HPV, existem 13 reconhecidos como causadores de câncer pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (Iarc). Desses vírus, os mais comuns são o 16 e o 18.
As vacinas disponíveis hoje no mundo não garantem imunidade contra todos os tipos. Estão registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) as vacinas quadrivalente (HPV 6,11,16 e 18) e bivalente (HPV 16 e 18) contra o câncer do colo do útero, indicadas para mulheres com idade entre 9 e 26 anos.
Segundo o Inca, a vacina contra o HPV é uma promissora ferramenta para o combate ao câncer, mas ainda é uma prática distante da realidade dos países de baixa e média renda, por causa do alto custo.
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Fonte: g1.globo.com/bemestar/